segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Estocolmo: exemplo para o ambiente global


Como na EOI de Ourense se está a preparar uma viagem a Estocolmo para em breve, aqui vos deixo uma reportagem, de há duas semanas, sobre essa cidade:





Ambiente: O exemplo da Suécia

É fácil ficar verde de inveja, ao fim de três dias em Estocolmo. Mas quando bebemos café numa esplanada sem darmos pelos carros silenciosos é que acreditamos: a cidade vai mesmo estar livre de combustíveis fósseis até 2040

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A consciência é um sentimento curioso. Não se acredita que a primeira coisa que uma pessoa pensa ao entrar num avião seja a quantidade de emissões de CO2 que aquele voo  produzirá. Pensará no companheiro de viagem que vai sair-lhe na rifa, na sanduíche de sabor indefinido do almoço, nas pastilhas elásticas que ficaram esquecidas na mochila e farão falta, na descolagem. Mas quando o programa de trabalho leva no título a palavra "sustentabilidade" e as frases "tratamento de resíduos" e "planeamento urbano verde", embarca-se a fazer contas às milhas dos voos entre Lisboa e Estocolmo, via Frankfurt. E agradece-se a existência de páginas na internet que calculam a pegada ecológica antes de se conseguir dizer "alterações climáticas".
A má consciência esvanece-se no Arlanda Express, o comboio que liga o aeroporto ao centro da capital sueca. Desta vez, a viagem produz zero emissões. São vinte minutos embalados 100% a energias renováveis, estamos a ler num ecrã que alterna palavras com tremas e mensagens em inglês quando aparece uma mulher-"pica" simpática que risca o bilhete com uma esferográfica.
Uma outra mulher há de levar-nos num táxi até ao Scandic Sergel Plaza. O hotel é vizinho da praça Sergels Torg, uma zona comercial onde os prédios debitam milhares de watts de luz. Mas como nos avisaram que havemos de conhecer as abelhas que vivem no telhado, e comer ao pequeno-almoço o mel produzido por elas, entramos no quarto com o radar verde no máximo. Zero frasquinhos com champôs e geles de banho? Checked. Aquecedor de toalhas para não ser necessário mudá-las todos os dias? Checked. Caixote de lixo com separadores para restos de comida, papel e embalagens? Checked. E nem o hóspede mais distraído vai deixar de ler o cartaz pendurado ao lado do espelho de corpo inteiro: "Lá fora está vento e chove? Ótimo. Este quarto é alimentado pela água e pelo vento."
Todos para Estocolmo!
Na manhã seguinte não chove, mas somos surpreendidos pelo frio (5 graus, brrr!) e por revoadas de folhas secas. A caminho da sede da Agência para a Proteção do Ambiente (APA), num autocarro movido a biogás (produzido com metano dos esgotos e lixo orgânico), Per Sjöberg, funcionário do centro de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, conta como se lembra bem de terem demolido uma grande parte de Estocolmo, nos anos sessenta. No lugar dos velhos prédios ergueram apartamentos energeticamente eficientes.
É também ele quem conta que falta construir muitos mais, porque todos os anos a cidade recebe 20 mil novos residentes, entre recém-nascidos e emigrantes. Dali a dois dias, a nova ministra do Clima e do Ambiente, Asa Romson, dos Verdes, haveria de lamentar o êxodo rural. A também vice-primeira-ministra diria que são, sobretudo, as mulheres jovens a mudar-se para a grande cidade. A tendência é nítida. Dá-se por elas em grupos, na rua. Algumas empurram carrinhos de bebé - mas são tantas quantos os homens, porque, por aqui, o pai tem direito ao mesmo tempo de licença parental que a mãe: 240 dias.
São estas novas famílias que têm comprado casa em Hammarby Sjöstad, bairro que integrou a consciência verde no planeamento urbano, que visitaremos nessa tarde. Mas, por agora, estamos a chegar ao edifício da APA. Recebemos um cartão com uma mola da roupa de madeira, e, quando nos falam do objetivo geracional, um dos 16 decididos pelo Parlamento há 15 anos, trilhamos um dedo a prendê-la na lapela.
O lixo, esse grande negócio
Em 1999, os deputados comprometeram-se a legislar no sentido de não deixarem uma herança ambientalmente pesada. Sanna Due Sjöström, funcionária da APA e líder do grupo de resíduos do conselho de ministros escandinavo, fala na morte do mantra. "Reciclar, reciclar, reciclar." Hoje, prevenir a produção de lixo é o objetivo maior. A prevenção está no topo de uma pirâmide invertida, seguida da reutilização, preparação para a reutilização, reciclagem, recuperação de energia e destruição. Menos de 1% dos resíduos municipais vão para os aterros, diz Sanna, que se lembra de pôr o lixo num buraco, na floresta, aos 10 anos. "Hoje, o lixo é um grande negócio. Por isso, a questão, agora, é quem tem direito a recolhê-lo."
Tomando a família de Sjöström como exemplo, no dia a dia, os habitantes de Estocolmo separam os restos de comida do vidro transparente, vidro de cor, papel, jornal, cartão, embalagens, pilhas, lâmpadas e óleo alimentar, e pagam uma taxa pelo lixo indiferenciado - no ano passado, Sanna pagou 220 euros pela recolha semanal. Ao sábado, o ecoponto é o sítio onde os vizinhos se encontram, despejam os sacos e, muitas vezes, saem com uns trocos no bolso - as garrafas de plástico e as latas têm depósito desde 2006.
É assim que se consegue reciclar 90% do lixo doméstico, mas, se um dia for atingido o objetivo de 100%, as centrais de produção de eletricidade e calor terão de importar todo o lixo de que precisam. Neste momento, ele já não chega para as encomendas. Na Brista II, do grupo Fortum, queimam resíduos trazidos da Noruega e do Reino Unido, contará um dos engenheiros, justificando: "A atmosfera não está limitada por fronteiras nacionais."
O paraíso mora em Hammarby?
A falta de lixo é motivo de orgulho na APA, só pode. Isso e o facto de ele ser separado em 96% das casas e 82% das pessoas afirmarem que o fazem por quererem contribuir para uma sociedade "recicladora".
Em Hammarby Sjöstad ainda é mais simples. Situado a dez minutos de carro do centro da cidade, nas margens do lago Hammarby, em 1997 era uma área contaminada, cheia de sucateiras. A cidade precisava de mais casas e queria receber os Jogos Olímpicos de 2004. O programa de reconversão ambiental da zona era tão ambicioso que os promotores da candidatura previam que seriam batidos recordes à conta do ar puro. Mas  Atenas seria a anfitriã.
Estocolmo avançou à mesma com o projeto, e, dez anos depois, há 20 mil pessoas a morar em Hammarby, em prédios com oito andares, no máximo, para o sol chegar ao rés do chão. Quase não passam carros, porque um lugar de garagem custa 150 euros por mês e estacionar na rua 70 euros. "É caro de propósito", admite Malena Karlsson, relações públicas do projeto, "para as pessoas usarem transportes públicos e bicicleta."
Um passeio pelo bairro é, por isso, feito entre jardins, algaraviada de crianças a brincar nos recreios das creches e das escolas, varandas com espreguiçadeiras (não, não há marquises) e dezenas de bicicletas, quase sempre estacionadas ao pé dos ecopontos.
Contribuir até na casa de banho
Por aqui, os ecopontos recebem restos de comida, papel ou lixo indiferenciado. Quando estão cheios, é tudo aspirado debaixo da terra até um terminal da Envac, empresa que tem 70% da sua atividade fora da Suécia (incluindo no Parque das Nações, em Lisboa). Como o camião só vai ao terminal três vezes por dia, reduzem-se as emissões de CO2. Quanto ao destino dos resíduos, o papel é reciclado, o orgânico irá gerar biogás e o restante será incinerado para produzir eletricidade e calor.
Sabe bem falar de aquecimento central quando temos o nariz a pingar. Malena apercebe-se da ironia e conduz o grupo até ao centro de informação, onde quem aproveita para ir à casa de banho regressa a sorrir. Na porta, há um cartoon com a pergunta: "Sven, o que estás a fazer?", e um homem, numa retrete, a responder: "Estou sentado, a fazer biogás."
O cartoon e a frase "Obrigada pela sua contribuição!" fazem todo o sentido, neste bairro. O "modelo Hammarby" manda que 50% da energia usada pelos habitantes seja produzida por eles próprios - as águas residuais, por exemplo, são utilizadas na produção de aquecimento.
A água, escreva-se, é motivo de orgulho em Estocolmo, arquipélago com 14 ilhas. Num briefing na embaixada, em Lisboa, o conselheiro Sten Engdahl falou na pureza do lago Mälaren, frente à Câmara, e de como a água potável da cidade vem de lá. Prometemos-lhes beber um copo diretamente do lago, mas fica para o dia em que virmos um salmão ser pescado junto do Parlamento - consta que são os melhores do país, mas o pescador que ali encontramos todas as noites devia andar em maré de azar.
A poluição também se referenda
Teríamos mais hipóteses de ver animais selvagens na visita ao telhado do hotel, onde o alemão Frank Horst, antigo cozinheiro, colocou seis colmeias, há três anos. As abelhas alimentam-se das flores dos parques mais próximos, mas, em setembro, recebem sempre alguns quilos de açúcar para conseguirem resistir ao inverno. O frio matá-las-ia pela certa, diz Frank, mostrando rapidamente um quadro de uma das colmeias. Nem repara quando é picado pelas abelhas friorentas.
A vista é lindíssima. Com tanto verde das árvores, azul da água e amarelo dos edifícios mais antigos torna--se difícil acreditar que, há 60 anos, Estocolmo estava cinzenta por causa do aquecimento doméstico. Hoje, o fumo quase desapareceu. Oitenta por cento das casas são aquecidas por um sistema de distribuição em rede, e 80% da energia é renovável. Em 2040, prevê-se que a cidade esteja livre de combustíveis fósseis. Para tanto, há que virá-la para os peões. "Já há uma mudança de foco, nitidamente", diz Linda Persson, especialista em desenvolvimento urbano da Câmara. "Agora, as pessoas estão primeiro."
Em 2005, quando os deputados debatiam a hipótese de criar uma taxa de congestionamento para os carros que entram no centro, mais de 70% dos habitantes manifestaram-se contra porque achavam que era apenas uma maneira de encher os cofres. No ano seguinte, o "sim" passou à tangente no referendo. Mas, em 2013, mais de 70% considerava que a taxa é por uma causa justa. "Foi uma mudança completa", orgulha-se Gunnar Söderholm, diretor da divisão de Ambiente e Saúde da câmara, oferecendo uma fatia de karlsbaderbröd, um pão recheado com pasta de amêndoa que comprou para adoçar a boca aos jornalistas estrangeiros.
É só coisas boas. Como menos engarrafamentos é igual a menos poluição, o ar da cidade está cem vezes mais limpo do que em 1965. As receitas líquidas da taxa alimentam os transportes públicos e vão, em breve, ajudar à expansão da linha de metro. Não falamos de coisa pouca - o bolo chega aos 75 milhões de euros, por ano.
A casa do futuro vai ser assim
Estávamos verdes de inveja quando nos sentámos, nessa tarde, à mesa com a ministra do Clima e do Ambiente, que nos tirou os óculos cor-de-rosa. Falta discutir a dependência da energia nuclear na Suécia - 40%, lembrou Asa Romson - e os caminhos de ferro. "Não há comboios e foram construídas demasiadas estradas", lamenta.
Na manhã seguinte, é por uma autoestrada livre de portagens (são todas) que rumamos a Upplands Väsby, a norte de Estocolmo, para visitar a primeira casa passiva certificada da Suécia, que é também uma ZEB (sigla em inglês para edifício de emissões nulas).
Junto à Villa Björken, situada na fronteira de um bosque de bétulas (björken significa bétula), o grupo tenta não ficar parado por causa do frio, enquanto Michael Staffas, da Fiskarhedenvillan, chama a atenção para as características exteriores da casa: fachada em fibrocimento (não precisa de manutenção); telhado coberto de plantas (isola e "agarra" água da chuva); painéis solares para a eletricidade e as águas quentes (vendem energia no verão e compram no inverno).
Lá dentro, estão 22 graus, à custa da água que foi aquecida com energia geotérmica e agora aquece as paredes. Michael enumera os princípios fundamentais de uma casa passiva: bom isolamento; janelas "verdadeiras"; sistema de ventilação com recuperação de calor; envolvente do edifício estanque ao ar; e eliminação de pontes térmicas. "As casas do futuro vão ser todas assim", antevê, "ou, então, não alcançamos o objetivo zero emissões."
Compensar longe, na Índia
Da Villa Björken, onde os vidros triplos não deixam passar o som dos pássaros, partimos para o aeroporto de Arlanda, a uma curta distância de carro. É a última etapa da missão de explicar como Estocolmo foi considerada a primeira cidade europeia verde, em 2010 (distinção a que agora se candidatam Lisboa, Porto e Cascais).
No Arlanda, local de passagem de mais de 20 milhões de passageiros por ano, o objetivo é ambicioso: zero emissões de CO2 nas operações em terra, já em 2020. Não é uma utopia, dizem, porque, desde 2005, conseguiram reduzir 68% das emissões e 30% do consumo de energia. Adotaram os "voos verdes", sem arranques nas descolagens e nas aterragens. Mas trocar os atuais limpa-neves por outros que não usem combustíveis fósseis será o próximo desafio.
Entretanto, vão compensando as emissões investindo em projetos em países pobres. Neste momento, são parceiros, por exemplo, numa central de biomassa no Estado indiano de Andhra Pradesh - e convidam os passageiros a fazerem o mesmo. A página na internet do grupo Swedavia faz as contas às milhas dos meus quatro voos e determina: são quase 40 euros pela emissão de 973 quilos de CO2. Quem já ofereceu os créditos ao projeto na Índia também ajudou a construir a cozinha da escola local e a comprar dois riquexós para a recolha de lixo doméstico. E ficou bem com a sua consciência.


Ler mais: http://visao.sapo.pt/ambiente-o-exemplo-da-suecia=f801297#ixzz3JyqsIaHS

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Razões


12 razões para deixar de beber refrigerantes

O açúcar em excesso pode ter efeitos desastrosos na saúde, mas algumas fontes são piores que outras. Os refrigerantes estão no topo da lista negra. Aqui se resumem 12 razões para cortar com estas bebidas

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12 razões para deixar de beber refrigerantes
1 - Não promovem uma sensação de saciedade e estão fortemente ligadas com o aumento de peso
Os açúcares adicionados engordam... e em estado líquido ainda mais. Uma das razões para isto prende-se com o facto de o açúcar fornecer grandes quantidades de frutose, que não tem efeito na grelina, uma enzima produzida pelo estômago também conhecida como a "hormona da fome", ao contrário da glucose, encontrada nos alimentos ricos em amido.
O que acontece: quando se bebe um refrigerante, aumenta-se significativamente as calorias ingeridas, sem saciar a fome.
2 - Grandes quantidades de açúcar são transformadas em gordura pelo fígado 
O açúcar é composto por duas moléculas: glucose e frutose. A primeira pode ser metabolizada por todas as células, e enquanto a segunda apenas pelo fígado.
As bebidas açucaradas são a forma mais fácil e comum de consumir frutose em excesso. E quando isso acontece, o fígado, sobrecarregado, transforma a frutose em gordura. Com o passar do tempo, isto pode contribuir para uma doença hepática não relacionada com o consumo de álcool.
3 - O açúcar aumenta drasticamente a acumulação de gordura na barriga
O consumo de açúcar, em geral, torna-nos mais propensos a acumular gordura. A frutose em particular parece aumentar drasticamente a chamada gordura visceral, que se acumula nas camadas profundas do abdómen, envolvendo os órgãos internos.
4 - Pode causar resistência à insulina e levar à diabetes tipo 2
A principal função da insulina é conduzir a glucose do sangue para as células. Mas o consumo de refrigerantes leva a que as células tendam a tornar-se resistentes aos efeitos da insulina e, quando isto acontece, o pâncreas tem de produzir ainda mais insulina para remover a glucose da corrente sanguínea, o que leva os níveis de insulina a elevarem-se.
A resistência à insulina é, por sua vez, um passo em direção à diabete tipo 2 e a problemas cardíacos.
5 - Os refrigerantes não contêm nutrientes essenciais, apenas açúcar
Os refrigerantes equivalem a calorias "vazias", uma vez que não contêm nutrientes, vitaminas, minerais, antioxidantes ou fibra. Não acrescenta, nada ao regime alimentar exceto, claro... açúcar e calorias desnecessárias.
6 . Pode provocar resistência à leptina
A leptina é uma hormona produzida pelas células adiposas e tem como principal função a regulação do equilíbrio energético entre as calorias ingeridas e gastas. Os cientistas acreditam que a resistência a esta hormona seja uma das principais causas do aumento da gordura em humanos.
Vários estudos preliminares associaram a ingestão de açúcar, sobretudo frutose, à resistência à leptina em ratos.
7 - Pode ser viciante
Quando consumimos açúcar, é libertada dopamina no cérebro, responsável por uma sensação prazerosa. Estando o cérebro programado para procurar situações que levam à libertação de dopamina, torna-se evidente que o açúcar, assim como a chamada junk food, pode tornar-se um vício para pessoas com predisposição para a adição.
8 - Ligação ao risco de doenças cardíacas
A ingestão de açúcar começou por ser associada a problemas cardíacos nos anos 60/70. Desde então, vários estudos estabeleceram a ligação entre o consumo de refrigerantes ou bebidas muito açucaradas e o aumento de alguns dos fatores de risco para doenças cardiovasculares: açúcar no sangue, triglicéridos, colesterol.
9 -  Maior risco de cancro
O risco de cancro tende a aumentar paralelamente a outras doenças crónicas, como a obesidade, a diabetes tipo 2 e as doenças cardíacas.
Um estudo que envolveu mais de 60 mil pessoas concluiu que os que bebiam dois ou mais refrigerantes por semana tinham 87% maior probabilidade de vir a sofrer de cancro no pâncreas do que os que não consumiam este tipo de bebida. No período pós-menopausa, as mulheres que consomem grandes quantidades de refrigerantes também parecem correr maior risco de cancro do endométrio. 
10 - Um desastre para a saúde oral 
O açúcar, o ácido fosfórico e o ácido carbónico presentes das bebidas com gás criam na boa um ambiente propício à degradação da saúde dos dentes. Além disso, o açúcar providencia energia facilmente digerível às bactérias nocivas da boca.
11 - Aumento do risco de gota
A gota é uma doença caracterizada por inflamação e dor nas articulações, sobretudo no dedo grande do pé, que ocorre normalmente quando níveis elevados de ácido úrico no sangue se tornam cristalizados. A frutose é o hidrato de carbono que mais aumenta os níveis de ácido úrico e vários estudos observaram uma forte ligação entre as bebidas açucaradas e a gota.
12 - Aumento do risco de demência 
Investigações descobriram que um aumento do açúcar no sangue está fortemente associado a um risco maior de demência. Por outro lado, estudos em ratos mostraram que grandes doses de refrigerantes podem dificultar a memória e a capacidade de tomar decisões.


Ler mais: http://visao.sapo.pt/12-razoes-para-deixar-de-beber-refrigerantes=f800581#ixzz3JdJGNs4C

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Projeto Escandinávia 1

Projeto:
Antologia de narrativa breve escandinava contemporânea. Microcontos.


Hús Nr. 451 © 2009 by Gyrdir Eliasson. 

A casa n.º 451

It’s old and dilapidated, with dirty, tattered curtains covering the windows, the roof on the verge of collapse and the antenna dangling from the gable on its wire. There are cracks in all the outside walls and the paint, once white, is now stained brown and flaking off in many places.

É velha e dilapidada, cortinados sujos e desleixados cobrem as janelas, o telhado à beira do colapso e a antena a balançar do telhado sobre o seu cabo. Há fendas em todos os muros exteriores e a tinta, uma vez branca, está agora manchada de castanho e descascada em muitos lugares.

The garden is a jungle: trees and hedges growing unchecked, moss in the grass on the lawn, dandelions and daisies everywhere, and an ancient swing hanging from a tree. One of its ropes has frayed through, leaving it to trail on the ground, not moving except in gales when it drags over the grass with a mournful creaking.

O jardim é uma selva: árvores e sebes a crescer sem controlo, musgo na erva da relva, dentes de leão e malmequeres por todo o lado, e um velho balouço a pendurar de uma árvore. Uma das suas cordas está desfiada, deixando um caminho no chão, e não se movendo senão com os vendavais quando se arrasta sobre a erva com um rangido triste.

No one has lived here for a long time. The rusty roof rises against the rust-red backdrop of the mountain. I’ve asked many people who lived in this house but no one seems to have heard of it ever being occupied. It’s as if it was simply built and then abandoned without ever becoming anyone’s home. I notice that the glass in the living-room window is cracked right across and the pane in the front door is broken. The wind gusts in through the gap in bitter weather.

Ninguém vive aqui de há muito tempo. O soalho enferrujado levanta-se contra o pano de fundo vermelho-ferrugem da montanha. Tenho perguntado a muita gente quem viveu nesta casa, mas ninguém parece ter ouvido que ela fosse alguma vez ocupada. É como se simplesmente fosse construída e logo abandonada sem nunca chegar a converter-se na casa de alguém.

 *

Yet someone must at least have intended to live there. On the wall by the living-room window there is a green copper plaque bearing the inscription Built 2010.

Now, as I write this, it is 2072. That’s sixty-two years. Not such a long time in the life of a house, yet no one knows anything. Last summer I bought the house next door, hence my curiosity, but I can’t find any information. When I glanced from the antenna dangling against the wall to the big satellite dishes sprouting like huge mushrooms on my own roof, I couldn’t help smiling.

“Dad,” say my daughters, “why is the house next door so ugly?”

“I don’t know, girls,” I reply and carry on writing. I’m always writing. Yet writing has become obsolete, a bit like an old house built in 2010, where no one now lives.

“Can’t you just give it up?” asks my wife, meaning my writing. She finds it bizarre; no one does it, especially not in a town like this.

“You know no one publishes books any more,” she adds.

“It doesn’t matter. I have to write.” I say it defiantly.

“Oh well,” she says with a sigh and carries on watching the 200-inch screen that covers almost the entire wall of our living room. No books are allowed on these walls.

*

I sit in my little room writing. I write by hand on paper, as people used to before. I’ve put aside my featherlite-computer; it will soon be obsolete anyway, like everything else. Every day something becomes obsolete. It’s a word we live in fear of nowadays. Every time the word is invoked people shrink with secret dread.

Dusk is falling. I look out of the window, through the super-glass that they use in spacecraft; everyone has it now. The sycamores in the garden are beautiful, yet many people regard them as obsolete and won’t have any trees on their plots. I gaze through the foliage at the derelict house. The curtains in the window facing me look as if they’re made of canvas, hanging any which way from their rings, spotted with grime. All of a sudden I think I glimpse a faint glow behind them, as if someone has gone into the house and turned on a light or even lit a candle in spite of the safety ban.

I decide to go out into the garden and, rising from my desk with all its papers, recall some words I once read: Why sit down to write if you haven’t lived?

I walk through the living room. The bluish glare from the giant screen dominates the room, filling our wall with huge, sinister human forms. We’re invaded by total strangers every evening, here in our own home. My wife is sitting on the white sofa, utterly enthralled by these uninvited guests.

“Where are the girls?” I ask.

She doesn’t answer immediately.

I repeat my question.

“They’re in their room, playing in virtual reality.”

“Of course,” I say.

As I put on my jacket I wish I could go back at least sixty years in time, to the year 2012. That would have been two years after the house next door was built, and there would have been nothing but grass here where I’m standing now in the hall.

But I don’t know how to time-travel.

My jacket is gray, made of some strange artificial fiber that glitters in the dusk. I don’t find it particularly comfortable but my wife wants me to wear it. Apparently it’s the fashion. Once out in the garden I walk among the sycamores and wonder how long I’ll be allowed to keep them. Most people want the trees removed. Why has the house next door never been knocked down?

It’s allowed to remain, out of sync with all the other houses; the straight rows, all similar in character, or rather in their lack of character.

Because I haven’t erected a fence between the gardens, I can walk straight over on to the other lawn. The grass there is very high; it’s never mown, and the moss is as soft as a carpet underfoot.

As I step up on to the moldering concrete pavement outside the front door, I seem to hear something, like the whispering of many voices.

I could be mistaken. But now I notice that behind the living-room curtains there is a glow from a small flashlight or candle. Quite suddenly, the curtains appear new, the pavement no longer moldering, the house freshly painted, and it is 2012 again. I stand there on the steps as if I live in the house now and have just come out for a breath of fresh air before going back inside to talk to my family by the fire.

*

I stand there for some time before the year 2072 returns. As one would say of a vintage, it’s not a good year. There’s been no real fermentation. I feel I’d rather live in 2012. There’s a slight breeze and I see the rope of the swing stirring, though it would take a much stronger gust to make it drag over the grass with that creaking sound that I’ve come to know so well.

I hear the whispering again from inside. After glancing over at my house, which now seems to belong to someone else, I take hold of the front door handle. It’s locked. At this point I do something strange; I reach into my pocket and take out a key which I insert in the lock, though it’s hard to locate in the dusk.

The key fits. I open the door and step inside. There’s no smell of damp as I was expecting and now I can clearly see the glow lighting up the hall from the living room. I call out in a low voice:

“Is there anybody there?”

That’s all I remember.

 

“Hús Nr. 451,” in Milli Trjánna (Akranesi: Uppheimar, 2009). © 2009 by Gyrdir Eliasson

By arrangement with the author. Translation © 2012 by Victoria Cribb. All rights reserved.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Filmes on line

http://www.filmesonlinegratis.net/

http://portacurtas.org.br/

Os estudos e as escolas (vocabulário)


Lê o artigo e tenta explicá-lo com as tuas palavras.
Averigua o significado do vocabulário mais abaixo.



Copianço  generalizado.
Cábulas, são preparadas minuciosamente antes dos exames. Alunos recorrem às mais diversas técnicas para copiar nos testes.





Um auricular escondido no cabelo comprido, um micro "auxiliar de memória" em tamanho de cromo, uma mensagem no telemóvel, o espírito santo de orelha. As técnicas são às dezenas e dependem das oportunidades e da criatividade de cada um.  (...)

Posta a nu, a prática da fraude escolar revela sobretudo o quão enganado anda meio mundo. O objectivo dos estudantes não é adquirir competências, mas antes conseguir o canudo o mais facilmente possível. "Todos procuram copiar quando necessitam", o que, segundo o sociólogo, "denuncia uma frequência escolar mais orientada para o sucesso certificado e nominal do que para o sucesso substantivo e real".

(...)

Atentando nos hábitos, o estudo revela que 95% dos universitários que assumem copiar já o faziam no secundário. Mas apenas metade inicia a burla no primeiro semestre. No final do primeiro ano, são já dois terços os copiantes activos, que ascendem a 80% depois de 18 meses nos anfiteatros do saber.

Sabe-se ainda que os rapazes são mais adeptos da fraude do que as raparigas e que as engenharias são as maiores produtoras de cabulice. Cerca de 60% dos futuros engenheiros que completam o curso com copianço arranca logo na primeira ronda de exames, sendo também destes cursos os alunos que mais recorrem à cabula pessoal (61%). O uso da solidariedade dos colegas é mais forte em ciências sociais (77%) e da natureza (73%).

(...)

Há quem não copie quando está preparado ou é impedido de o fazer pelo professor. E há quem nunca o faça por medo de ser apanhado (44%). Apenas 41% dizem não à cábula por valorizarem a genuinidade dos resultados. "De uma forma geral, não há muitos bloqueios morais. Quem não copia não o faz por não poder ou não precisar".

Culpa do sistema? Sim, porque começa por favorecer "o sucesso estatístico". Depois, desmotiva a participação na aula, que obrigaria ao estudo permanente e à consulta de material extra. Por fim, rodeia o exame de todo um ritual inquestionável.

http://jn.sapo.pt/2006/05/28/tema_de_domingo/copiancogeneralizado.html
a carteira o quadro, ...
o professor, o lente: o professor (doutor),... (tratamento)
dar aulas/explicações:
frequentar aulas:
ser formado em:
tirar um/o curso de:
um curso, uma acção:
segundo ano:
uma cadeira, uma disciplina:
cábula:     trapaça escolar (também adjtvo preguiçoso, manhoso)
cabular:     trapacear nas aulas
crachá: 
marrar:     decorar, estudar mt
passar trabalhos:
esclarecer dúvidas:
exames, provas, testes:
recuperação, remediação:
lançar as notas:
classificações, valores:
cadeira, disciplina, matéria:
passar, aprovar /reprovar, chumbar:
Escola, internato, externato, ...
Faculdade, reitoria, lente, a praxe...

O QUE É A PRAXE ACADÉMICA? por Rui Pinto
"A Praxe Académica é um conjunto de tradições geradas entre estudantes universitários e que já há séculos vêm a ser transmitidas de geração em geração. É um modus vivendi característico dos estudantes e que enriquece - nem todas as pessoas pensam igual - a cultura lusitana dos estudantes com tradições criadas e desenvolvidas pelos que nos antecederam no uso da Capa e Batina. Praxe Académica é cultura herdada que talvez seja transmitida às próximas gerações."
Vid. O que é a praxe académica?

Somos responsáveis da escola que temos?

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A teima do escrever








https://medium.com/trend-r/como-traduzir-palavras-que-nao-tem-traducao-1a871fc3815e


Este artigo está numa plataforma... onde qualquer interessado pode escrever o seu depoimento...


Expressar gostos e preferências

Apresento-vos uma série de expressões que servem para poder exprimir não só gostos senão toda a sua variedade de pormenores como prefências, inclinações, afeições, ... e por aí fora, a respeito de atividades, objetos, ideologias, pessoas....

GOSTAR,  ADORAR,  CURTIR,  APRECIAR (em),  SER FÃ,

ALINHAR (com, em), ADERIR, LIGAR (a)

SER VICIADO (em)

DETESTAR,  NÃO FAZER O (meu/teu/seu) NÚMERO,

(NÃO) ACHAR GRAÇA/PIADA (a) ...


Alguns exemplos de usos:


             "Já agora..eu curto os 80's!!!    It's the final countdown..térere terere terereré.....E alinho nessa festa!"  Eu também alinho.

"Decore o quarto dos mais pequenos criando um ambiente onde o contacto com uma criação artistica original lhes estimule a capacidade de apreciar arte."

"Sabemos como é importante para um apreciador de vinhos uma boa listagem de vinhos de referência."

"Se é fã dos sabores da terra, da morcela de farinha de Monchique, das torradinhas com tomate e queijo de cabra..."

          "Ela não liga a moda"


(calão) DAR (-ME) PICA:
"Ouvir as palavras desempenho e potência dá-te pica?"